
O Burger King voltou a incendiar as redes — e o mercado — com mais uma campanha onde a inteligência artificial deixa de ser coadjuvante para se tornar protagonista. A nova ação traz um canguru hiper-realista tomando refrigerante dentro de uma loja da rede. Criado com IA, o animal digital confundiu até os mais atentos e viralizou pela dúvida: é real ou fake?
A resposta da marca, com sua tradicional pitada de ironia, foi direta: “O canguru é falso. A oferta é de verdade.” A provocação serve de gancho para divulgar a promoção King em Dobro — dois sanduíches por R$ 25,90 — mas vai além do produto: reafirma o Burger King como marca inquieta, que se alimenta do ruído para gerar conversa.
IA como estética, linguagem e posicionamento
A peça — desenvolvida pela AlmapBBDO, com produção da Santería, mídia OOH da Streetwise, áudio da Jamute e social media da JotaCom — mostra uma repórter interagindo com o canguru como se fosse real, até a revelação final. A narrativa aposta no estranhamento como recurso criativo e mira em algo mais profundo: usar a inteligência artificial não só como ferramenta de produção, mas como discurso criativo.
Não é a primeira vez que o BK trilha esse caminho. A campanha anterior já havia apresentado IAra, uma influenciadora fictícia criada por IA. Agora, o canguru retoma a conversa com um toque mais ácido e visualmente provocativo.
Repercussão dividida e eficaz
A estratégia funcionou: a campanha tomou conta das redes sociais. Parte do público elogiou a ousadia. Outros, como era esperado, criticaram os limites éticos da representação de animais digitais e o possível estímulo à desinformação visual. Nada que surpreenda — e, ao que tudo indica, nada que desvie a marca do seu caminho.
Burger King e o papel da IA no branding contemporâneo
O uso da IA generativa, neste caso com tecnologia avançada como o Google VEO 3 Pro, reforça o posicionamento do Burger King como uma marca que prefere arriscar e provocar do que apenas seguir o fluxo. A inteligência artificial, aqui, deixa de ser só uma ferramenta técnica: torna-se linguagem, estética, storytelling e — principalmente — um elemento de tensão que gera impacto e engajamento.
Conclusão? O BK não quer consenso. Quer conversa.
E mais uma vez conseguiu.